Incertezas
Quisera eu ser como em sonho
Estar sob grande sombra
De imensa árvore
Que com tua copa a sombra ao chão espalha
Sobre verde grama que escorre
Abrindo seu caminho na terra
Expandindo suas cores
Debaixo dessa sombra, neste sonho
Acalmo o que me assombra
Não me sinto em um mármore
Onde o coração me falha
Mas sim feito criança que corre
E não se aborrece porque erra
Pois teu olhar pertence as flores
Quisera ser eu o teu sonho
E à você ser imperial
Tocar-te de tal forma
Que até teu ar faltaria
Enquanto no teu peito o coração
Te faria sentir a força
Que seria perceptível
Não apenas a mão que ponho
Mas até pra um boçal
Pois não existe norma
Nem quem me impediria
De guiar-me pela emoção
E tão alvo como a garça
É esse sentimento irreprimível
Quisera
Mas não controlo nem meu tempo
Teu tempo eu quisera
Vôo em pensamento
Traduzindo essa quimera
Lutando com sentimentos
Que a tanto eu pusera
Repousando nos momentos
De abandono e espera
Acordados pelos lamentos
Desse encontro que quem me dera
Fosse de almas e não tormentos
Encontro de alma sincera
E te peço um momento
Um pouquinho do teu tempo
Não o impeço, só lamento
Por ter-te dado desencantamento
Tens minha alma, em total desalento
Quisera dar-te, em tempo lento
O que há em mim de sentimento
Empregnar-te em contentamento
De tal modo a exaurir teu total arrependimento
E não apenas cobrir esse enorme ferimento
Que te vive a causar sofrimento
Onde era o amor é alimento