Foi assim
Sem querer
Num quase brincar
Te abri o coração
Era eu construída na certeza
Que não me custou desafiar
Eu menina
Descrente da semente
Que no lodo caminhou
Feito ave que ninho perde
Me perdia no que não me relatou
No desencanto ouvi teu canto
Nos lábios que a mim sorriu
Aguardando tua partida como as águas de um rio
Te vi tomar a minha vida
Não dei conta de proteger-me
Nem te percebi me invadir
Só dei conta quando vi no teu olhar
O frio de quem estava a se afastar
De dias de conversas
Brincadeiras e risadas
Passei a te procurar
E no longe te encontrar
Por mais que me esticasse
Longe estava tua face
Doce gigante que me invade
Só ensina pra essa menina
Como a dor esconder
E não ir atrás de você
Coração que não sentiu
Abre em execrosa ferida
Não importa a necropsia
E poderá não estar escrito
Mas a causa morte é você
Foi -me breve nesta vida
E como um sopro se esvaiu
Hoje é dor que cresce
Minha alma envelhece
Na palma apodrece
Doce gigante
Não te culpo por assim ir
Ao contrário, te agradeço
Mesmo que por pouco tempo
Pois por você me vi a sorrir
Sigo agora não vazia
Mas tão cheia desse momento
Não conhecia esse alento
Vem comigo o maior dos sentimentos