Espírito amante
Amor que minha vida enche
Mesmo neste corpo assim doente
Morrerei eu, meu eterno amante,
Antes do inverno vir; mal e lentamente,
Irei morrer sem tua luz radiante,
Como os tísicos sem luz do sol ardente!
Meu coração assim romântico
Neste tempo ardente e frio
Minhas quimeras em vão, constantes,
Morrerei sem ter em ti... e o teu verde distante
Nos teus olhos morro sem vir
E teu olhar ausente e frio
Feito um sábio que define o existir...
E eu presa a tarde ensanguentada...
Nas paredes agarrada
Esperando o rumor do Sol
Neste instante, te quero calado
Na bruma junto ao mar
Sem flagelo
Nem defuntos emergir
E apenas neste instante
A morte servir
Entre a neblina do momento
Morrer tão simplesmente
No acorde que te faz
Não me quero enterrada
Na sepultura te tua alma
Quer ser o espírito que te acha
Nos sonho que te embala