Luz
A chuva caia tão
De mansinho
Os pingos beijavam
A minha janela
Como o suor
Da noite
Na fímbria da flor.
O sol percebeu
Toda sutileza
Saiu bem
Devagarinho
Como se pedisse
Licença
Para brilhar.
Abrindo os olhos
Por trás das nuvens
Derramou manhã.
Apagaram-se
As luzes
E meu coração
Saiu para passear.
A noite coube
A minha vida inteira.
O sereno fez
Um barulho
Estarrecedor.
Assustou a lua
Ela mirou a fresta
Da janela
Do quarto que eu
Dormia
Fez um sinal
E foi tão bom
Me acordar.
Olhei o meu rosto
No espelho
Fechei os os olhos
Percebi que meu
Coração é muito
Pequeno
Para caber o meu
Sonho.
Mas a mão do tempo
Embrulhou o meu
Sonho
Com papel timbrado
Selado com a minha
Gargalhada.
Pois é isso que
O mundo precisa
Escutar de mim.
Daniel Gomez.