PARA ALGUÉM MAIOR
Abre o teu pombo sobre o meu corpo, e
Sobe vagarosa pela minha pele, como se me
Estivesses a criar do nada.
Navega a tua ternura
Sobre meus olhos fechados, sobre as
Pálpebras que cerro para sentir teus Lábios em silêncio.
Chega ao recanto mais oculto do meu rosto,
Como as caravelas de outrora, portuguesas.
À costa inexplorada de um para lá inexistente,
Trazendo capitães e missionários.
Dá-me teu crime e tuas insânias.
Espelhos, vidros de murano,
E o bafo transparente dos crepúsculos
Nas cidades perfeitas que habitaste.
Agrada-me ter na lembrança...
... Teus seios morenos, duas frutas mornas
Dois ramos perfumados, ramos onde adormece
O meu rosto sonâmbulo de ciúmes.
“O sonho que antevejo, e que
Adivinho perdido?
Não me perguntes nada.
À noite nossos quartos são claros como uma tarde!
T@CITO/XANADU