Uno
Eu desato
A tua renda mística
E me rendo
Ao prazer de deitar
Na tua sombra
Fragrânciar teu leito
Manchar e amassar
Teus lençóis.
E na fumaça
Do narguilé
Ofuscar tuas pupilas
Ritmos e líquidos
Um ópio avassalador
Desejo desmedido.
Fazer da noite
Ciclone de riso
Brasa esculpindo
Pele a fogo e vento
Exposto
Merecimento
Hétero estoque
De nós dois.
So réstia de luz
A gotejar pelos
Furos das nuvens
Enluaradas
Desembocam
Mansamente
Pela fresta da porta
Entreaberta.
O que encharca
O nosso cio
São fragmentos
E eu absorvo
O teu suor
A deslizar pelo meu
Corpo
Umedecendo
Os meus pelos
Vagarosamente.
Daniel Gomez.