Motim
Quando a gente tem
O universo pra nós abraçar
Com tudo que ele tem,
Desde estrelas pequenas a enormes,
Planetas e grãos de cosmos
Que nos envolvem,
Sempre vem
Os brilhos foscos
Querer radiar
Com seus tons amarelados.
Pessoas padrões
Que seguem as instruções
Que a mídia configura,
Agindo de maneira dura
Sem emoções
Contraindo ao máximo,
O amor que escapa
E se destaca
No mapa.
Tudo porque não acreditam,
Pois nunca encontraram.
Exigem assim,
Porque não puderam cumprir.
Se não tem amor não palpite,
Só admite,
Não irrite
Quem encontrou,
Vai lá e conquiste
O teu.
Não importa a forma
Se é torta,
Grande como uma montanha,
Descabelada como uma árvore,
Se tem a fama
De ser cheia de façanha,
Se é duro como mármore,
Ou suave
Como algodão,
Colorido como sabão,
Gostoso como sorvete,
Fino como alfinete,
Delicado como setim,
Baleado de festim,
E outros afim.
Apenas moldura
Na sala
Para que todos vejam
E tenham ternura,
Nada de frescura
Para silenciar
O que quer cantar,
Só por que não é como queiram
Que não seja correto,
Só por que é diferente
Não torna evidente
Que não seja pra sempre,
Muito menos inconfidente.
O urbano
Sempre pois o que causa espanto
Em fogueiras,
Porque o que é pra nós mil
maravilhas,
A lei disse que é besteira,
Lei do infeliz
Que perdeu o que quis,
Que teve o sonho de cera
Quebrado como giz,
Foi na curtição quando deu na telha,
Agora tem a alma rabugenta.
Saudades de quando a liberdade não estava tão longe,
Onde a falta de maturidade
Por se apaixonar além do horizonte,
Nos dava coragem
De pegar
O molde que nos deram e rasgar,
Para recomeçar
Uma aliança com a terra, o céu e o mar,
E aquele que só queremos amar.