[Invisíveis]
Há dois tipos de amores
Dos quais não se pode viver.
O que se perdeu,
E o que ainda não chegou.
O primeiro...
É uma lembrança cheia de retalhos,
Adocicada pelo tempo.
O segundo...
Apenas uma expectativa,
Cheia de falsas memorias
Do que ainda não se sentiu.
Armadilhas certas para corações pulsantes.
O único amor possível de se contemplar
É o que nossos olhos podem ver.
Por isso o relógio parece nos deixar tristes.
Estamos sempre um tic à frente,
Ou um tac à trás do que podemos sentir.
Mas raramente,
Em mesmo compasso com nossa realidade.
Amarras frágeis,
Que sufocam a alma.
Assim, sem perceber...
Amores possíveis,
Se tornam invisíveis.
Pablo Danielli