Trilogia

Ocioso

Num fim de tarde escrevo,

Sim,

Escrevo o que pleiteio,

Sem receio,

Escrevo,

Reverenciar um amor,

Jubilar a dor,

Colher alguma flor,

Vou escrevendo sem rumo,

Posso até estar encima do muro,

Mas vou olhando e escrevendo,

Não me importo com o tempo,

Agora anoiteceu,

Continuo o rito de escrever,

Com mais tempo rogo desejos,

Empenho deveres,

Alguns ditos em prelúdios,

Logo meu olhar irá ferir involuntário a madrugada,

Lençóis que logram saudades,

Algumas verdades,

Omissões,

Paixões,

O luar incide no relicário que ao próprio abriga,

Faz se num cântico que obriga,

Vinga a teimosia do vício que germina,

O amor que escrevo,

Minha sina,

Ninguém escreve com meu ensejo,

Vou terminar de escrever ao alvorecer,

Antes,

Ainda,

Vou te amar muito,

Miscigenar cheiros,

Conceber beijos,

Explorar cada canto que posso abraçar faceiro,

No íntimo,

Tudo que poderei ser capaz,

Amar você...

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Assim

Me encosto num cheiro teu,

Sinto a recíproca do cio que queima,

Encanta próprio e exalado,

Morno,

Nos meus lábios logra em fastio,

Vem,

Vem,

Me diga amor,

Puro ardor ,

Na essência dê-me a flor,

Amiúde tua alma,

Te amo,

Ano após ano,

Fico preso eterno ao teu calçadão.

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Só um mimo

Um beijo sem fronteiras,

Todas as beiras,

Altos e baixos,

Campear colinas,

Me alfabetizar entre linhas,

No pico escalado,

Amar tua alma sorrindo de amor.

Eduardo Gragnani
Enviado por Eduardo Gragnani em 29/12/2019
Reeditado em 29/12/2019
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