SE EU SOUBESSE
SE EU SOUBESSE
Tivesse eu, o dom de um poeta lírico,
com lírios, desenhar versos latentes,
fosse um menestrel, afinado e típico,
em escrever sobre o amor da gente,
sensação indescritível, tão insensata,
turbilhão avassalador que transforma,
teceria um véu de ouro branco e prata,
num sopro, daria vida mais viva, forma
concreta ao sentimento maior, aflorado,
ainda que silente, soubesse dizer calado,
frases bonitas, de pura emoção e torpor,
te faria um poema erudito, bem escrito,
onde contasse de meu indizível amor,
traços firmes, alegres, ornado manuscrito,
te desse um milésimo de felicidade,
te encantasse, te levasse a sorrir,
feliz seria, por ter a capacidade,
de seu coração dócil, atingir.
(Gustavo Drummond)