O beijo
Era noite de lua clara.
Tudo parecia conspirar a nosso favor
Sozinhos no jardim da casa, caminhando, jogando conversa fora,
As mãos foram meio que se juntando sozinhas,
Conforme os corpos se aproximavam,
Os braços foram meio que se movendo em direção aos corpos opostos
Se fixando lá, sem intenção de serem separados
Quando vimos, de um assunto a outro,
De um riso a outro, de um intenso olhar a outro
Já estávamos nos beijando,
Primeiro brusca, agressiva e arrebatadoramente,
Depois, suave e delicadamente, solvendo cada segundo
Como se fosse o último, bocas coladas, cada um rendido ao outro
Naquele instante, a vida pareceu rápida e eterna simultaneamente.
Nada existia mais, apenas nós dois e aquele delicioso beijo
Marta Almeida: 20/12/2019