TRANÇAS

Eu costuro a minha saudade

E suplico-te testemunha

De minha ruínas

Em desviados e exorbitantes

Pensamentos.

Da nau que singra à deriva

Nas margens de um tempo

Que eu derramei.

Diga-me que isso seja um abismo

Mas sinto um doce aroma no ar.

Nada em mim é tão pleno

como amar-te por derradeira

Deste meu mundo

Que não difunde os exageros.

Diziam que éramos metade

E eu carrego-te toda inteira

Por entre vastos campos floridos

Arrebatando dos galhos

Toda a solidão dos espinhos.

Por fim,

Amor e razão

Aquecem a minha alma

Que tão delicadamente

São vícios de um coração

Que sangra

Tudo o que dele ainda me resta.

Dangomez
Enviado por Dangomez em 01/12/2019
Código do texto: T6807996
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