EU TE ESPEREI

Te esperei

E te esperaria um milhão de vezes

Enquanto resplandecesse o verniz da esperança

Por tantas vezes

Pus-me em companhia das estrelas

Ouvi os conselhos da lua

Revigorei-me com a contumácia do sol

Busquei a carícia da brisa

Vendo se ela trazia

Uma correspondência do teu perfume.

Quis acreditar

Que o vento me entregaria a tua voz

Perdida no véu do esquecimento

E novamente me cerquei das estrelas,

Pois no consultório da noite

As constelações parecem querer me dizer algo

Que vai além do brilho do meu olhar

Que vai além de todo esse esperar

Por vezes,

Debulhei do mar algumas ondas

No desejo de que a maré

Denunciasse o teu paradeiro

Mas a única coisa

Que vinha me ofertar o beijo molhado

Era o fluxo e o refluxo do teu silêncio

Então costurei acordos com o tempo

Solicitei-lhe uma audiência no coração

Pois ele sendo o senhor de toda razão

Poderia dizer-me de um jeito certeiro

Se uma espera infinda

Valeria o preço do girar do ponteiro

E estando eu, ainda imerso em credulidade

Vendi minha alma e minha ingênua paixão

Só não sabia que o fruto dessa insanidade

Traria o fardo pesado de toda a desilusão

E ainda que não houvesse

Mais nenhuma lógica, juízo, sensatez

Da sua ausência que nunca se desfez

Resolvi ainda entregar-me todo o dia

Ao refrigerante oficio de fazer poesia

Pois assim, eu admito, eu confesso

Vou me embriagando com o meu verso

Com o lirismo que logo se constrói,

Mitigando a saudade que tanto dói

Hibernando em outra fantasia

Para que quando num tempo futuro,

Se um dia dissipar todo esse escuro

Eu possa dizer a ela que tanto amei:

“Eu te perdoei, ... eu te esperei!”

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 25/11/2019
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