EU TE ESPEREI
Te esperei
E te esperaria um milhão de vezes
Enquanto resplandecesse o verniz da esperança
Por tantas vezes
Pus-me em companhia das estrelas
Ouvi os conselhos da lua
Revigorei-me com a contumácia do sol
Busquei a carícia da brisa
Vendo se ela trazia
Uma correspondência do teu perfume.
Quis acreditar
Que o vento me entregaria a tua voz
Perdida no véu do esquecimento
E novamente me cerquei das estrelas,
Pois no consultório da noite
As constelações parecem querer me dizer algo
Que vai além do brilho do meu olhar
Que vai além de todo esse esperar
Por vezes,
Debulhei do mar algumas ondas
No desejo de que a maré
Denunciasse o teu paradeiro
Mas a única coisa
Que vinha me ofertar o beijo molhado
Era o fluxo e o refluxo do teu silêncio
Então costurei acordos com o tempo
Solicitei-lhe uma audiência no coração
Pois ele sendo o senhor de toda razão
Poderia dizer-me de um jeito certeiro
Se uma espera infinda
Valeria o preço do girar do ponteiro
E estando eu, ainda imerso em credulidade
Vendi minha alma e minha ingênua paixão
Só não sabia que o fruto dessa insanidade
Traria o fardo pesado de toda a desilusão
E ainda que não houvesse
Mais nenhuma lógica, juízo, sensatez
Da sua ausência que nunca se desfez
Resolvi ainda entregar-me todo o dia
Ao refrigerante oficio de fazer poesia
Pois assim, eu admito, eu confesso
Vou me embriagando com o meu verso
Com o lirismo que logo se constrói,
Mitigando a saudade que tanto dói
Hibernando em outra fantasia
Para que quando num tempo futuro,
Se um dia dissipar todo esse escuro
Eu possa dizer a ela que tanto amei:
“Eu te perdoei, ... eu te esperei!”
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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