BABADO
A linha não iria
A festa
Sem a guia da
Agulha.
O linho
Não ganharia
Formosura
Sem a costura
E o ponto.
A ponto de deixar
Elegante
E tão nobre
Uma criatura.
No traje a rigor
Tem a mão
No ziguezague
Da linha
E a agulha.
Assim a linha
Vai a festa
E a agulha
Para a caixinha.
Ínfima não se
queixa
E nem murmura.
O linho de tão
Fino
Não se afina
Sem a filaça
Alinhada
A deslizar
Na sua textura.
Mas quem costura?
A mão?
A linha?
Ou a agulha?
Esse babado
Entre elas
Ainda vai dar
Muito linho
Para costura.
Daniel Gomez.