TEMPESTADES

Dou-me em excitações

Quando se avizinham as tempestades

Fico aguardando rajadas violentas

Que arranquem e dilacerem minhas raízes

Elas me aprisionam e me impedem de ir

Ao encontro dos indomáveis ventos

.

Ainda hei de me seduzir

Pelos revolucionários arrebatamentos

Desses bem eólicos,

Ou alcóolicos,

Talvez bucólicos

Ou qualquer outro evento insólito.

Não importa!

.

Só sei que desejo irracionalmente

Destruir essas incômodas barricadas

Deprimentes subterrâneos refúgios

.

Que são como subterfúgios:

Asilam os meus medos

E isolam meus desejos

Numa zona de conforto insuportável!

.

Um dia, quem dera!

Ela se dispa de tempestade

E venha vestida de furacão

Aí, quem sabe, minhas raízes sucumbam

E eu me liberte de toda infelicidade

Voe com ela, para o centro de algum redemoinho

E à deriva de qualquer destinação

.

Eu possa viver esse amor caudaloso

Nas ondas irresponsáveis do vento

Nas bordas disformes do tempo

Nas entranhas do seu coração.

.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 26/09/2019
Código do texto: T6754038
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