O Talvez do Amor e Dor
O Coração. Nossa, que coração!
Frágil e sensível;
Rígido, ríspido e inquebrantável.
Músculo estriado,
No peito encravado!
O Amor. Ah, o Amor!
Provavelmente se perca pelos caminhos; ficando nas recordações.
A dor. Oh, a dor!
Certamente a dor caminha por onde as pernas caminham.
De Coração, Pernas e Caminhos,
Esperam-se tudo:
Pedras pontiagudas soltas,
Veias eriçadas em alto relevo,
Trilhas de estrias,
Bolhas de água na sola dos pés,
Suor e lágrimas derramando,
Sangue gotejando.
Até o talvez entre a Dor e o Amor!
P.S: de bens materiais:
Sou pobre?
Mas fui agraciado pelo Criador de todas as Coisas com uma pena,
Imaginação fervilhante,
Uma folha de papel em branco,
Uma mente cheia,
Saúde em demasia,
Duas pernas, duas mãos e dois olhos moventes e curiosos,
Completados com um corpo perfeito, matérias primas para a conquista da vida.
Portanto, não sou rico;
Mas sim, trilhonário de letras e palavras escritas no silêncio oculto dos novelos de lãs, linhas e entrelinhas.