Poema – Sloniec
Poema – Sloniec
Nas auroras do tempo
muito antes dos homens
caminharem pela terra
Um arcanjo que odiava
todos os deuses
batia as suas asas na mais ríspida solidão
Certa vez,
enquanto vagava pelo universo
escutou os lamentos de um anjo;
Sloniec chorava,
e as suas lágrimas partiram
o seu coração
Aquele arcanjo de asas negras
que viveu toda a sua vida
atormentado pelas suas angustias
Comoveu-se com as lágrimas
daquele anjo
E ao perguntar porque
ela estava chorando
O anjo respondeu que havia
cometido o maior de todos os pecados
Ela havia se apaixonado pelo Arcanjo
enquanto observava ele vagando
em sua própria solidão
Assustado com o Amor
que nunca havia sentido
O Arcanjo bateu as suas asas
e isolou-se nos confins
de um buraco negro
Devido ao pecado de Amar
os deuses baniram a alma
daquele anjo
no corpo de uma criança humana
O Arcanjo enfurecido,
se rebelou
contra os deuses
E com as suas próprias mãos
derrubou os portões dos céus
Enforcando todos os deuses e arcanjos
em suas próprias tripas
fazendo das suas vísceras
poesias de sangue
E como um último ato
enquanto chorava olhando
as estrelas
Baniu a si mesmo
para o reino dos homens
Reencarnando
em um jovem Poeta;
Ele havia crescido sem lembrar
do seu passado
Mas durante toda a sua vida
afogava-se em lágrimas
que ele nunca soube
de onde vinham
Sloniec era a mais bela
humana que já havia caminhado pela terra
o seu sorriso era como a Lua e as Estrelas
lábios que nos beijam e nos levam a loucura
Mas o seu coração era triste
e o suicídio vagava ao seu lado;
Enquanto planejava se enforcar
em uma destas noites solitárias
O jovem poeta foi atraído
pela mais bela das sinfonias
Uma voz tão doce
que fariam flores nascer
em um coração suicida
Sem compreender
aquele nefasto sentimento
o jovem poeta jurou pelos deuses
que havia matado
Que iria amar e proteger
aquela garota
que fez suas asas
crescerem novamente...
- Gerson De Rodrigues