TANGO
Quero que tu sintas o quão feliz cá estou;
Sabes que não sou paisagem, nem miragem;
Porque tu estás despeso, distante de mim...
Depois do beijo e do acasalamento em um ninho;
Ficastes retirante por um tempo, sozinho;
Porém, em cada onda que passa beijando a voga;
Nos encontros com outras águas com sal.
Adocicado ficas n'areia próximo de mim;
Desejando abrigar-se no meu seio revolto;
Posso pensar que são fabulas, contos revividos;
Lembranças! Recordações! Anseios!
Imagens que te traduz em meu âmago;
Tua presença em vento que vislumbra encanto;
Desde já, abrigo-me no teu porto seguro;
Tranquilo, sereno, paternal...
Em tua presença em luz fosforescente;
Como a lua tênue pela chuva que cair;
E do orvalho que nasce estrelas cadentes;
Estou bem próximo de ti;
Num cantar dos rouxinóis;
E no bailado dos beija-flores;
No envolvente amor tórrido em meu;
Que desperta em saudade beijos molhados;
Repedido com um tango de Gardel;
Uma noite de sonho enluarada;
Pelo sol que chega no amanhecer...
Teu corpo dormindo sobre o meu;
Num ardor sem um fim...amor!