VESTIDA DE LUA
Olhar-te ei com a lente
De todo o meu amar
Ela alcança uma magnitude
Um nível fluorescente
Que a retina, carente de luminescência
Não consegue captar
Que se propaga acima de toda a altitude
Que extrapola o sentido da transparência
Que você rouba quando se apropria do luar
Meus sonhos vagueiam no rastro de luz
Para aquilo que intensamente me seduz
De um jeito mais brilhante no fundo do olhar
E como esses devaneios
Se lançam e insistentemente avançam
Às dimensões que apenas se alcançam
Entre as utopias e os fictícios maneios
Que se substanciam apesar dos receios
Aos meus versos e todos outros alheios
Desta forma é, pois
O retrato deste agora
Do antes e depois
Que pinto a toda hora
Para você, menina, que se insinua
Ao despir-se no alto da minha rua
E quando, inocente se faz nua
Vem, sedutora, vestida de lua.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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