DISTANTE DE MIM
(Sócrates Di Lima)
Como um pássaro, quantas vezes eu sai de mim,
Quantas vezes eu fui me buscar,
Perdido em algum jardim,
Querendo te encontrar.
Quantas vezes eu sai para amar,
E não amei,
Quantas vezes eu fui te procurar,
E não te encontrei.
Quantas vezes eu sai por ai,
Em busca da minha identidade,
E quantas vezes eu retornei aqui,
Sem nenhuma saudade...
Quantas vezes...quantas vezes....
E foi assim que um belo dia num mágico passe,
Quando então, olhava para o outro lado,
E no pensamento pediste para virar a face,
Eu virei sem ser avisado.
Virei o meu olhar e então fui encontrado,
E dessa vez eu saí ide mim,
Sem ser procurado,
E me vi assim....
Pela última vez, enamorado.
Quantas vezes eu saí de mim,
E fui ao teu encontro,
Tantas vezes eu fiquei assim,
Com meu coração de amor, pronto.
Tantas vezes....tantas vezes....
E assim se passaram bons anos,
Em que o amor tomou conta de mim,
E por lastimáveis enganos,
Esse amor chegou ao fim....
Pela última vez....pela última vez....
Eu então amei,
E preso dentro de mim,
Das minhas amarras não desvencilhei,
E perdido me encontro no antigo jardim....
Sozinho assim,
Nesta vontade voluntária e sem fim,
Na opção reversível da antiga rigidez...
Sozinho, distante de mim,
Mais uma vez....mais uma vez.