DESEJOS

DESEJOS

(À espera de Iza)

Olho para o longe,

Após o horizonte do pensamento

E vejo sob a névoa da esperança

A soma de todos os meus desejos,

Na expressão do silêncio,

Nos espaços desses instantes.

Eles estão lá.

Quietos, imóveis absolutos

Constantes

Escondem-se no futuro supostamente distantes,

À espera da revelação

Pois são inatingíveis, soberanos, supremos,

Constantes

Eu os observo imponentes

No alcance de uma existência errante,

Consistentes, crescentes, perenes

Constantes

Tento então desvendá-los, e se possível

Buscando uma resposta insistente

Na tentativa vã (eu sei)

De extrair da vida um antídoto invisível

Inexistente

E em cada encontro percebo

Sem clemência

Sua presença forte

Em minha eterna ausência

E então

No meio de toda solidão

Os tenho sempre comigo

Entremeados de movimentos

Conjugando meus sentimentos

No tempo e nos prazeres itinerantes

Imutável, inevitável, indubitavelmente

Constantes.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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19 de julho de 2019

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 22/07/2019
Código do texto: T6702117
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