SILENCIOSOS AMORES

BILHETE

“Se tu me amas, ama-me baixinho

Não o grites de cima dos telhados

Deixa em paz os passarinhos

Deixa em paz a mim!

Se me queres,

enfim,

tem de ser bem devagarinho, Amada,

que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...”

Mario Quintana (1906-1994)

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SILENCIOSOS AMORES

Hoje não vou te povoar com rimas

Não irei te balizar em métricas

Nem te vestir dos meus lirismos

.

Quero apenas cultivar meus silêncios

E oferecer-te a minha serena contemplação

Amordaçando os versos ruidosos

E te chamando baixinho, imperceptível

Pela voz aveludada do meu coração

.

Não te ofertarei “sonoras” palavras escritas

Neste dia presente

Contento-me, desta vez

Com o borbulhar invisível da minha alma

.

Substituo o farfalhar das minhas inquietudes

Pelo desfolhar plácido da minha mansidão

Pois já é tempo

De sorver a essência desse sentimento

De alguma outra forma poética

Com mais calma, com mais percepção

Como algo que me faça perceber

E, assim, sabiamente compreender

O amor em toda a sua dimensão

.

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 15/07/2019
Código do texto: T6696828
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