INVERNAÇÕES
INVERNAÇÕES
Te esperei nos calores febris do verão
Nas pétalas perfumadas da primavera
Nas folhas suicidas do outono quimera
.
Te procurei nos humores
De cada estação
Te realizei nos amores
De minha ilusão
.
Até então,
Tudo em vão!
Sonhos vem!
Sonhos vão!
.
Seja nas lacunas
Nas tristes colunas
Nas frestas
Nas réstias
Ou no vão
Do coração!
.
Quando tudo se anunciava
Nos proclamas da solidão
Que, célere, se enraizava
De um jeito onírico
No meu peito lírico,
Camuflado apenas de poesia
.
Eis que tu apareces
No meio do meu vazio
Como se fora uma epifania
Invernando-se
Invernando-me
No fogo ardentemente frio
De uma paixão
.
Um amor externo
Que se tornou interno
E se fez tão eterno
Numa noite de inverno!
.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
(Direitos reservados. Lei 9.610/98)
13 de julho de 2019