PARADOXOS
PARADOXOS
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Queria muito
Me perder nos teus braços
Para em encontrar nos teus beijos
Me exilar nos teus afagos
Para regressar nos teus carinhos
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Adormecer no teu colo
E despertar na tua cama
Me entrelaçar no teu corpo
E me desembaraçar no teu coito
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Queria tanto
Choramingar de saudade
Para regozijar-me com a tua volta
Morrer de paixão
Para ressuscitar no teu coração
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Queria deveras
Desorientar-me nos teus labirintos de prazer
Para me localizar na volúpia desse teu querer
Ser sequestrado pelas tuas lascívias
Para ser resgatado por tuas carícias
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E, assim, em todos esses sentimentalismos
Entre os precipícios, frontispícios e abismos
Eu me embriago de todos os etilismos,
Realismos, idealismos ou surrealismos,
Pouco importa!
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O que vale nessa vida de tantos dualismos
Contradições, indagações e paradoxismos
E sorver o amor nos momentos de paroxismos
E te achar nas entre linhas desses pluralismos
Dos meus versos e do meu incorrigível lirismo.
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© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
Direitos reservados. Lei 9.610/98
05 de julho de 2019