EU TE DAREI ...
EU TE DAREI ...
(Infinito Calor)
Quando tu sentires os tentáculos da solidão fria
Eu te darei o melhor agasalho da minh’alma
Para que possas sentir na paz e na calma
A chama que irradia a paixão da minha poesia
E se ainda remanescerem os ventos gelados
De alguma carência mal resolvida, de uma dor
Eu serei teu novelo
E no meu desvelo
Me tecerei ao seu lado, com fios entrelaçados
Num cobertor, forrado de fantasia e de amor
Mas se isto não for o bastante
Eu convenço o sol mais radiante
A cumpliciar-se comigo
E aquecer só a ti no teu abrigo
Com seus raios dourados das manhãs
Ontem, hoje e em todos os amanhãs
E se ainda estiver frio o seu cerne
Eu te darei toda a minha epiderme
Para que com a minha pele
Possa vestir-se de mim
E que sejamos, assim
Um só corpo que se revele
Num calor que não tem fim!
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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