OLHOS DAS ESTRELAS

OLHOS DAS ESTRELAS

(Ela olhou para mim!)

Havia desistindo de cultivar

Infrutíferas esperanças

Minhas sementes afetivas

Não conseguiam germinar

No solo do teu infecundo coração

Na agricultura da minha paixão

Perdi-me nos meus afogadilhos

Naveguei em navios fantasmas

Percorri extensos tombadilhos

Buscando, sofregamente, encontrar

Entre a popa e a proa

Entre a sopa e a broa

Um jeito de alimentar

Minha ilusão, nesse pedaço de mar

Até que um certo dia

Em meio aos desideratos

Totalmente desidratados

Avistei na linha de um horizonte

Por cima de frágeis resignações

O teu vulto a me contemplar

Na silhueta das constelações

Foi o bastante para velas levantar

E voltar ingenuamente a navegar

Rumo a um lugar sem fim

Para dentro daquele olhar

Afinal, ela “olhou” para mim!

© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves

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15 de junho de 2019

Leonardo do Eirado
Enviado por Leonardo do Eirado em 18/06/2019
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