Festa no Morro

Os abismos todos são meus,

Mas não te darei permissão de avultá-los!

Cale-se então a rede que range,

E traga água de botija colhida na fonte!!

Um saldo de fumo tenho,e palha de paiol também;

Não há mais absinto,nem vinho Porto,mas tem chopp!

Tenho no corpo uma sequela,uma sentença vadia,de flor;

Não há mais tempo pra leitos magoados e vazios !!

De onde outras coisas caem, poesias todas de ti,já são!

Se sobes morro de vestido de chita já sei,tem som de pandeiro,

E sinto ter amor, por demasiado em mim,manejo cuíca e susto!!

Sinto coração de sobressalto e acendo vida e lampião,

Morro faz festa,quando sábado chega,mas a matéria é de suar,

Uma pegada na porta,e te puxo pra dançar,de ti sou,morena flor!!