EU O TELEFONE E VOCÊ

Ao amor.

Pairava um silêncio em volta a sala;

Embora de manso, sussurro se ouvia,

A brisa entrava, a cortina fremia.

Na mente ardente ouvia seu nome;

A mão estendida fechada trazia,

Um fio sem vida e você nele vivia.

Olá! Quem fala? - Sou eu querida.

Sua voz, apenas sua voz sentia

Pois seu corpo ausente eu não via.

Na parede resplendecia em moldura,

A imagem da mulher que me falava,

Pétalas de flores, crisântemos e rosas,

Teu osculo em meus lábios tocava.

As horas escoaram sob o tempo,

Num colorido de um mundo sem nome,

Fantasias ardentes, não serão esquecidas.

Bendito invento, invenção do homem...

Voltara ao silêncio, a paz ao espírito;

A mão se estendia e repunha o telefone.

"Maio de 1976"

Feitosa dos Santos