CONFIDÊNCIAS
CONFIDÊNCIAS
Se quiser desvendar o meu segredo,
A sete chaves guardado
Terá que descobrir a oitava
A oitava dessa escala
Na oitiva, bem calada
Da noite, na escalada
Na escola
Do presente e do passado
Na escolha
Entre o certo e o errado.
Para decifrar o enigma, então
Terá que correr contra a hora
Contra o tempo, agora, lá fora
Que lhe impinge
E matar por dia o seu leão
Toda a esfinge
Porque senão ela te devora.
Se desejar saber a minha verdade
Deverá buscar nas profundezas
Guarda todas as suas certezas,
E traz apenas o mistério
Em silêncio sepulcral!
Pois no monastério
Também no cemitério
O vazio da voz,
Construído pela calma
É elemento essencial
Para todos nós
Preenchermos a alma.
E possível que encontre.
Em algum lugar, há de ser
No inabitável esconderijo
Onde eu sempre me dirijo
Quando quero me esquecer.
Eu anseio tanto que você descubra
E quando isso acontecer
Vem correndo logo me contar
Com o manto da sabedoria me cubra
Para que o valor da descoberta
Não se evada pela porta aberta
Para que eu possa me encontrar
No meu penar e no seu querer
E depois, te abraçar e te amar
Para, então, voltar a me perder.
© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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