Fome Fêmea
O que mais me busca do que somos,
São tuas mãos medidas em mim a palmo,
E não se vinga dos sóis,se não houve noite,é canto,
E teu corpo nu ,de pele e vil,claustro,de um retrato no aparador!
O que mais me enternece são os vestígios de lençois a uso,
Que o amor por tão intenso,é do ser amado,o mundo;
Quando nos vemos humanos,sigo-te cego de cor de azul,
E me aninho em ti,essa presença de cheiro de flor,no tato!
Quero tua febril presença sempre,e longa é tua face;
E nem acaba,não houve noite e chove na posia doada,
E vivo cada instante,cada coisa fêmea de ti,e me caças!
O que mais busco do que somos,é pátria-córpora,e de tez,
É a orla de mar e do excesso que me desarma e dispara peito,
E com muitas fomes ,nossas,temos hábito de nunca sermos escassos!!