Maria
Meu canto é famigerado,sem prólogos,nem flores,
Há uma peça de som de Verdi,e um quadro de Monet;
Onde estão as cotovias e as pombas do bando?!
Aos pardais,Van gogh,eis, quero passarim,no pé de jaboticaba!!
E o campo de centeio,Maria,pra que lado,morreu colibri?!
Então bato porta de zinco e chove na poesia,verso é borrão,
Mas pela parte de Dionízio,vinho,que só me surpreende
No puro vazio de tinta-nanquim e caneta minha-tinteiro!
Cadê Maria ,o vasinho de cominho e cama de solteiuro de cedro?!
Onde está meu passarim, de todo dia no sabugueiro?!
E,Maria perdi vestido de chita e de cetim,e perdi ruge e batom vermelho!!
Traze-me canoa minha Maria,traz meu remo e cantil pra longe,
Outras formas vão manchar meu batom laranja -cobre,
Pois do amor ao covil,Às peras e o absinto,só pra poetas de rio;
Cadê Maria meu aloés,mirras e vasos de alecrins?!
Maria,querida ,canoa já vem,pega remo Maria,sonetos e versos
De juncos de lírios de rio, são tão vis quanto nada de mar,só conchas!
Mas é segredo ,Maria,meu nome é Passarim,apenas, e só Passarim!
Meu coração agora, Maria de remo de rio,bate lento ,lento,
Quase perdendo pulso,veja Maria,passarim vem voando pra cá,
Me traz os alecrins,vasinhos de manjericão e cominho;
Maria,minha linda,tem um fundo de espanto,no que somos?!
Ou é aguia pousando rocha alta,com cara de meu passarim?
Maria,morri voando?! Pois sim,é um ciclo,mas olha,sou mesmo passarim!!