Não há culpas que eu não atribua á ti
És a causa das minhas certezas ambivalentes
Das noites contando vaga-lumes nos postes das ruas
Transitando entre um eu e outro eu tão meus
Catando sonhos em noites mal dormidas
E beija-flores em pleno luar para meus versos...
És o motivo dos meus dias opacos
Quando a luz se esconde na cumeeira dos montes
E o girassol não vira sua face para o sol
Nestes dias arredios silencio
Mas sua voz macia grita dentro do meu peito
O ar se torna rarefeito e aquieço o riso
És a razão de todas as minhas saudades e suspiros!
Mas és também o motivo da minha poesia
Quando busco palavras que delatem meu amor
Que digam nos versos do poema o quanto te quero
E buscando o verbo perfeito me desfaço em ternuras
Canduras de mãos que afaguem teu rosto enquanto dormes
... És a causa e o efeito
O errado e o direito
Meu choro e meu riso
Minha loucura e meu juízo
És tudo, meu bem...
Por isso
Por tudo e por nada
atribuo à ti todas os meus motivos.
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