DIÁLOGO
DIÁLOGO
-Você é poeta rapaz?
-Sou nada Seu moço,
só escrevo uns versinhos,
quando bate a solidão,
têm serventia, gotas de carinho,
servem de companhia;
amansam o coração.
-Mas quem escreve versos não é poeta?
-Ás vezes é.
Mas tem gente que nada escreve
produz um silêncio bonito ...
Eles enfeitam as palavras,
alteram os sentidos,
mudam as funções,
coisas que todos sabiam,
nem tinham botado atenção.
-Mas escreve umas coisinhas.
-Monto palavras, apenas
para um amor; Ai sim!
Esmero nos adjetivos,
capricho nos pingentes,
soa definitivo ...
Fico a beira
de um colapso...
Compondo como se,
entre abraços a beijasse,
grudadinha em mim;
passado vira presente,
um gostar sem fim.
Só isso...,
[gustavo drummond]