EU TE AMO

no céu que vislumbro os sonhos
deposito o meu sono, onde
existe uma estrela pura
de brilho intenso, mas
que ninguém vê
está escondida...
ela é só, como eu...
formamos um estranho nós!
têm clara formosura
aura resplandecente
rodeia-me com perfumes
tão sublimes como os das rosas
esperanças profundas
contidas em porções generosas
num raio de candura
e extrema ternura
um anjo de luz
envolve-me por completo, e
enviado por deus,
guarda os caminhos meus.
quem és? quem és?
desconheço tua identidade
oh estrela turva!
mas com lúcidas nuances
que adoça sonhos
com o mel da meiguice
e baila na mente
como a valsa vienense
d’onde vens?
decifra-me teu enigma
oh visão misteriosa
desperta-me sensação prazerosa
que aquece as esperanças
como as doces crianças
do amor puro
lívido e seguro
ingênuo e verdadeiro?
calmo e fagueiro
d’onde vens?
mostra-me teu caminho
aliviando as dores espúrias...
dissipa-me as agruras, que
no refúgio da solidão que do amor, nada escuta!
livra-me da eterna luta!
vejo-te as formas do divino corpo
será miragem, utopia?!
envolta nas nuvens claras, lânguidas e meigas!
tento tocá-la, imagem evanescente
quem és tu?
criatura de luz silente...
diga-me d’onde estás?
como faço para te encontrar?
quero ser um cisne branco
com tão nívea plumagem
que ama a lagoa azul
e encanta-se com o céu de anil
e ser um sonhador que nada mais procura
a não ser a tua ternura
por ter nos sonhos, um alguém...
que do éter provém!
oh imagem que me seduz!
deixando-me prostrado com diante de uma cruz
não demores com as pálpebras formosas do teu rosto
a dar-me teu beijo de melífico gosto...
não tardes,
para soltar o riso, cantar meu canto!
seduzir-me com teu encanto, e
afogar a tristeza e amar verdadeiramente
(como o forte amor maternal)
dando vazas afinal,
(já era hora)
aos intensos lamentos...
transmutando os sentimentos,
na espera de um amor, receber...
tu de braços abertos, ao meu querer!