Tonéis de Vinho Tinto
Esquecestes a vida ,meu bem,
aparatos teus no criado-mudo;
Relógio de pulso..bolça
e um presente de porta retratos!
Nos nossos assuntos de corpos
esquecestes langerris no assoalho,
medidas de amor,a contento secá-las?!
Ah! imputaste de mim o calor e a vida?
De um corpo que não pretende volta
esquecestes no criado-mudo,soneto lido;
Cartas não lidas em adjunto de taças de vinho tinto!
Foste veloz na procura do gozo,avassalaste peles,
nostalgia e gemidos roucos deixastes,
e calaste minha poesia em seios teus!
Esqueceste a vida,meu bem,sagáz de ti,mas bela ;
Sem deixar bilhete de costume em papel de pão,
Tomaste absinto à mesa e saiu!
Esquecestes de mim...assim do nada?!E o cio,e tua madrugada?!
Te procuro em pele,meu corpo ainda suado de ti:
Não faço esforço de espera,do leito e de ti ,
O enlace de setembro nos teus passos,só flores deixastes;
E a alma era a pausa...espero reticências...te fiz de contrato à vida...!!