Sem mágoas
Sem mágoas
As cores do outono vão chegando
as flores e as folhas do amor padecem
como fossem suspirar pela última vez
o amor não é de perfume eterno
nem de jardim sempre belo e florido
além dos espinhos surgem os outonos
de repente o desencanto aflora
e os vendavais espalham as esperanças
em redemoinhos difíceis de suportar
e o que fazer então perante o temor
de o amor amado se tornar em desamor
e o desejo do outro seja um vento levou
saber que tudo vem e tudo passa
assim num Eclesiastes de idas e vindas
e abrir a janela para o sol que brilhará
e pela estrada o que partiu avistar
retornando terno e na leveza da paz
e então abrir a porta e deixar entrar.
Rangel Alves da Costa
blograngel-sertao.blogspot.com.com