VACILO
VACILO
Acenda a lua clandestina,
dispa-se por detrás do espelho,
cante um canto, bem devagar,
para não despertar a adrenalina,
expulse do rosto, o vermelho,
convite a vida para entrar,
dance descalça, desperta
a manhã que entrou em meu ego.
voe um voo cego em volta do lustre,
erre da forma mais certa,
não se exponha no catre,
amordace a cavidade oral,
desligue a claridade, sensual,
monte peça por peça
a intimidade interior,
capte as ondas sonoras
em qualquer frequência digital,
cogite ir ao cinema lacrado,
quem sabe ocupado
por moscas e chicletes;
deixe para gelar
na caixa de isopor
as ideias antigas,
dance as cantigas
que desconheça,
e não ouse escutar;
Enfim...
vista-se apressadamente
para que não perca o final
do início da outra estação,
não atribule a mente
com coisas banais,
só abra a janela principal
faça o que julgar interessante,
num dia pré-determinado
de semana qualquer.
[gustavo drummond]