Me queira
Nunca estarei pronta em minha totalidade.
Consciênte da natureza humana, volto a trás.
Não me seduz o amor que beira a insanidade.
Não me convence certas expressões formais.
Assim, feito um pleonasmo insolente,
Estou despedaçada em pedaços demais.
Não pretendo, nem em outra vida, ser diferente.
Só escrevo versos, quem me dera escrever haicais.
Quantas vezes hei de ver o sol no poente,
Até que você diga que me ama sem mais?
Quantos abraços ofereci perdidamente,
Disfarçando carências prematuras demais?
As paixões que se escondem insurgentes,
Presas ao devaneios que não temos mais.
O amor incompleto denúncia se incoerente,
Aos olhares de desejos que julgava reais.