Amor partido
Meu amor mudou tranca da porta
se exilou de mim entre camas e raízes nossa,
e mudou de casa e hora
sentenciou de permissão de escrita
em papel de pão
o talhe que quiz!
Sitiado de dores
exilado,chorei!
Perdi as palavras
perdi óculos e relógio,
mudaram-se os abraços,
e senti medo
e me fiz rio,e espanto!
Aos poucos,de perda
de mulher que era
fechei meu peito
de sóis e arrebol,me fiz semente
e me magoei também
de casa e de hora,
e raízes cresceram em mim
e me tornei
apenas sustento do verso
e na poesia, permaneço!
Aos poucos o que de soldo sobrou
converti em ordem de pasto
me feri ,gastei-me inteira,
me despi da velha manhã
por descuido ou instinto
e me pus de pé
por covardia do instante
assim por diante
sem qualquer abraço
me retornei mulher!
Sendo assim
já de causa setenciada
um dia me esqueci de ti,
o que era estado de sítio
com fome de palavras
fiz do coração singelo condado,
cá a eternidade assumida
deixei de contar dias no corpo,
por fora algumas janelas abri,
plantei madresilvas e romãs,
e por estar vivendo
de susto e de sonho ,acordei,
ao lado da cama
havia um outro amor
ainda dormindo
e com torpor me surpreendi
Tinha cheiro de alecrim!!