O AMOR NÃO SE ENCONTRA NAS PRATELEIRAS

O amor é a poesia da ciência da emoção

Profundo abismo de belezas incertas

Nesse mundo tão mecanizado

Entre máquinas rígidas.

Não há manuais para o amor

Amar é não ter autoridade a servir

É onde são distribuídos os poderes

Do conhecimento e a metáfora da vida

É autônomo por natureza.

O amor não é uma máquina

Que dá qual tem que seguir comandos

Por onde se possa controlar a vontade

De não poder ser programado

Mas distinto do que é a realidade.

O amor não é submisso

Não aceita sujeição de sua liberdade

Do que é em mais íntimo

É o dono do seu próprio designo

De descobrir o que lhe pertence.

O amor não é tirano do destino.

É transformador da vida pessoal no caminho

Das coisas que não entende e ignora

Mas se manifestam na pele agora

Da emoção que não se possa repetir.

O amor não constrói muros

E nem amplia os desertos ao lado

Acolhe as queixas veladas

E nota o que está por de trás

Das paisagens subjacentes da chegada.

O amor é incompleto e imperfeito

Amar é nunca estar pronto acabado

É não conhecer o determinado

A impossibilidade de escolha

Que venha viabilizar o desejo.

O outro é propriedade do meu desejo

Não aceita regulamentos fixos

É exclusividade não como verdade

De uma autoridade velada do mundo

É o nome que damos a tudo que não podemos controlar.

O amor é um corpo não colonizado dos sentidos

Não aceita receitas prontas à satisfação

Não compartilha a logica dos consumidores

Pois não se encontra nas prateleiras

E nem nas receitas fáceis dos livros.

O amor não possui validade como um produto

Não busca desejos voláteis medir

Nem a ânsia da insatisfação permanente

No intervalo do sonho se encontra a complexidade

De que não se compra sensações.

Escrito por Fernando Henrique Santos Sanches- Mas falado pela boca de o Poeta das Almas.

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 31/03/2018
Reeditado em 21/11/2022
Código do texto: T6295982
Classificação de conteúdo: seguro