Fim do mau tempo
Aquele domingo estava tão frio, tão frio, que afetara até meu humor.
Humor gélido de dia de nevasca.
Não quis nem saber:
Decidi que não sairia da cama por nada deste mundo.
Depois que o despertador tocou, dormi mais um pouquinho,
Depois, mais outro pouco, e mais e mais.
Parecia uma eternidade, mas não para o relógio.
Então o telefone tocou...
Saco! Por que eu tinha que esquecer de deixa-lo no silencioso?!
Resmungando, arrastei um braço para fora do cobertor para atender.
Era você.
Aquela voz grave e arrebatadora me fez estremecer.
Apesar de todo o frio do dia, agora, em meu universo, era verão,
Um verão tão intenso que queimava minha pele.
Bastou a sua voz para derreter toda aquela geleira
E um convite seu para me por logo de pé,
Disposta a sair correndo daquele quarto solitário e gelado,
Porque a vida me esperava lá fora.
Marta Almeida: 13/03/2018