CAMA DE PREGOS
Sedento
Bebo as gotas da chuva
Que insistiu em não cair
Essa noite
Medo
De dormir na cama de pregos
Da inimiga ausência
Que insiste em me visitar
Iludido
Sorvo uma taça de vinho invisível
Extraído das uvas inatingíveis
De uma fábula de Esopo
Prisioneiro
Imagino o teu olhar
Olhando a lua que se esconde
Para além dos meus olhos abertos
Inconsciente
Recito um mantra em javanês
Penduro a esperança num cabide
E rezo para que logo amanheça.
- por Hans Gustav Gaus, disfarce de José Luiz de Sousa Santos, na noite de 05/03/2018 -