E NO SÉTIMO DIA, ESQUECI. . .

No primeiro dia que você me disse não

Amanheci triste e cabisbaixo

Em torno da cabeça inchada

Uma nuvem negra de história em quadrinhos

No segundo dia que você me disse não

O coração sangrava fora do peito

Me senti um bicho sem dono

Catando comida numa lata de lixo

No terceiro dia que você me disse não

Nem quis comer direito

Tomei um porre logo de manhã

Vomitei toda a minha dor no teu retrato

- convenhamos, nem assim tão bonito -

No quarto dia que você me disse não

Não consegui dormir nenhum segundo

Vontade louca de te desbloquear no zap

E te enviar um poema pedindo penico

No quinto dia que você me disse não

Já doía bem menos a saudade

Tomei um café requentado

Com um pedaço de pão que o diabo tinha amassado.

No sexto dia que você me disse não

Até arrisquei um sorriso

Saí meio sem rumo a caminhar pela Cidade

Galanteando sem graça quase toda mulher que passava.

No sétimo dia que você me disse não

Decidi mandar a tristeza à merda

Vesti roupa de festa bem colorida

Afinal, nem mais me lembro de você, agora...

- por Hans Gustav Gaus, Almirante Holandês da Companhia das Índias Ocidentais, saindo da fossa, depois de levar um tremendo pé na bunda, desferido pela empoderada Donna Anna Paes D’ Altro, que o trocou por seu patrão, o conde João Maurício de Nassau -