Monalisa
as coisas do amor não se explicam.
e as tolices que eu queria dizer-te
ficaram explícitas na mímica de minhas palavras.
é que as avessas do amor são míticas
e minha pressa em te amar, me embaralha.
quero doar-te meu sangue, suor e lágrimas.
espero tornar arte, este exangue amor, em rimas
sei que romances nunca se explicam
e que as avessas do amor são míticas
mas toda minha virtude será uma obra-prima.
minha magnitude será extensa
e a negritude em nós, propensa e descabida
dissipar-se-á em rápidas estrofes límpidas
e o troféu que é ter-te como flor em vaso azul
será rima e estrofe de um calmo Blues.
o alvo véu que a envolve, seja como for,
será pano de fundo da Monalisa que hei de compor
e o sarcástico sorriso, sussurrará as blasfêmias
que de meus lábios, jamais se ouvirá.