PROFANA

PROFANA

Será que ela caiu do último planeta,

ou despencou de um arranha-céu?

vestida de lâminas de cetim,

noturna, perambula pelos guetos,

seu batom é feito de giz,

seu olhar é de raio X,

seu sorriso é decorado

e atrai convulsivamente,

Será que ela é virgem?

ou de outro país?

ignorada origem,

pecadora por um triz;

a queria tanto em minha vida...

Do jeito que ela quiser,

sob o efeito de coisa qualquer,

desfilando em minha avenida,

alimentando desejos ávidos,

me lambuzando de beijos árduos,

e tudo fosse uma guerrilha de ardor,

nada tivesse fim ...

[gustavo drummond]