SANGRIA
SANGRIA
Desde quando voce me cortou,
não mais cessou de sangrar,
me encontro doído, sofrido,
árido, ácido, inapto.
Estou em um Saara profundo,
não minto: não me sinto.
Seu olor não capto,
vivo de sua ausência
perdi o jeito,
esqueci a essência.
entre a multidão vazia
mar de defeitos,
me enredando,
envolto em trapos,
solto no vácuo,
entregue
atroz melancolia.
[gustavo drummond]