Preciso que adentres por entre as lacunas de minálma
Percorra meus caminhos pedregosos
Escale não somente meus seios
Não apenas meu monte de vênus
Mas vá além, suba por meus penhascos íngremes
e veja além do que sou...
Não apenas o que pareço ser
Não apenas o que tu vês
Nua, exposta, à mostra dos teus olhos famintos
Não um corpo à ser possuído
Não brechas a ser preenchidas
Não o motivo do teu gozo
Mas que veja a mulher
Despida de todo artifício
De toda máscara
De toda a farsa
Carente não somente dos teus beijos
Sedenta não somente dos teus abraços
Em expectativa não apenas por ser saciada,
de ancas arqueadas e múrmurios desenfreados,
mas a mulher que deseja te pertencer não somente no corpo
que perece, mas na alma que permanece
Tua
Tua mulher que deseja com ardor ser amada
e amar-te, enquanto lá fora o mundo sussurra vozes
ininteligíveis.
Preciso que me tenhas assim...
Preciso que me vejas assim...
De outra forma, podes partir.