DA MINHA JANELA SEM TRAMELA
Da minha janela sem tramela
eu vejo o mundo e sua trela.
Vejo o moço empertigado cheio de balela
à puxar conversa com a moça magrela.
A moça banguela tem ciúmes dela porque a vida dela
é cheia de esparrela e quase não lhe desse pela guela.
Mas pela guela desce muita coisa
Desce pudim, desce quindim e desce remela;
desce também a carnificina dos homens maus,
desce o preconceito cru e real, desce a maldade dos
que negam um pedaço de pão...
Desce muita coisa pela guela!
Muita!
porque a vida não dá trela nem pro moço tagarela,
nem prá moçoila magrela e muito menos
para a moça banguela!
Assim é a vida que vejo aqui da minha janela sem tramela.