DA MINHA JANELA SEM TRAMELA

Da minha janela sem tramela

eu vejo o mundo e sua trela.

Vejo o moço empertigado cheio de balela

à puxar conversa com a moça magrela.

A moça banguela tem ciúmes dela porque a vida dela

é cheia de esparrela e quase não lhe desse pela guela.

Mas pela guela desce muita coisa

Desce pudim, desce quindim e desce remela;

desce também a carnificina dos homens maus,

desce o preconceito cru e real, desce a maldade dos

que negam um pedaço de pão...

Desce muita coisa pela guela!

Muita!

porque a vida não dá trela nem pro moço tagarela,

nem prá moçoila magrela e muito menos

para a moça banguela!

Assim é a vida que vejo aqui da minha janela sem tramela.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 04/12/2017
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