Divisão e oposição
Sem você, sou alma inane,
ao mesmo tempo
sutil e mordaz,
mulher e não mulher,
séria e falaz,
que fecunda e se esgota.
Efígie sem contorno,
que cintila no escuro.
Sem você, sou alma inane,
ao mesmo tempo
frágil e abducente,
mãe e não mãe,
cega e clarividente,
que ouve e não ouve.
Imagem sem reflexo,
que anuncia em silêncio.
Sem você, sou alma inane,
ao mesmo tempo
quieta e rumorosa,
santa e não santa,
inerme e sestrosa,
que sente e não sente.
Altar sem reverência,
que germina na fé.
Sem você, sou alma inane,
ao mesmo tempo tudo...
ao mesmo tempo nada...
Sílvia Mota a Poeta Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 12 de novembro de 2008 – 21h50