SEQUESTRADA
Se em ti meus mais íntimos sonhos hei de enterrar
Não me vale sonhar o sonho de outro alguém
Me resta iludir com as mentiras que vais contar
Me resta pertencer à um lugar que não me convém
Quem apropria de minha alma com "um que" de dono
Quem me rouba de mim e me nomeia sequestrada
Quem me impõe a quietude de um infindável sono
Quem me interrompe a inspiração mais ousada
Prontamente se coloca ao lado do meu cativeiro
Como um guarda ou amante se colocaria
Vi escapar teu lascivo sorriso estreito
Enquanto me consumia a amarga agonia
Desprendo da sensação de pertencimento
Que por dias a fio me fizeste acreditar
Não há provas para teu vil convencimento
Afirmo que essa não seja a forma correta de amar.